Após 40 anos mulheres iranianas vão aos estádios, mas a luta continua
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Mulheres iranianas no estádio pela primeira vez após 40 anos. (Reprodução/Getty Images) |
Foram disponibilizados cerca de 4.000 ingressos para as mulheres em um estádio, Azadi Sport Complex, na cidade de Teerã, com capacidade para 78.000 pessoas. Além disso, as mulheres sentaram separadas dos homens; uma separação que aconteceu com lugares vazios, placas grandes de metal e por policiais mulheres. Assim, o setor ficou cercado e recebeu críticas: "Parte de mim está feliz, mas eles basicamente criaram um muro", dissertou Maryam Shojaei, irmã do capitão da seleção iraniana Masoud Shojaei e uma das líderes da campanha pela abertura dos estádios.
A pressão para que as mulheres pudessem entrar em um estádio no Irã por vias legais originou-se de uma tragédia, infelizmente: a morte de Sahah Khodayari. Apelidada de "garota azul", ela se suicidou ateando fogo em si mesma no mês de setembro após ouvir que poderia ser condenada a pelo menos seis meses de prisão no processo judicial a que estava sendo submetida por ter entrado escondida em um estádio de futebol. Sahah ficou conhecida assim pela cor da roupa que usava quando foi detida, a camisa do seu time favorito, a do Esthegal.
A questão não é apenas futebol, trata-se também de um meio para as mulheres continuarem lutando por igualdade. Porém, essa abertura dos estádios simplesmente pode ser uma medida para se livrar das críticas da FIFA (Federação Internacional de Futebol), que ameaçou suspender o Irã.
O ato de entrar nos estádios foi o primeiro passo, mas as mulheres seguirão lutando. Lutarão por igualdade, pelo seu espaço dentro do futebol e também pela escolha do seu próprio lugar dentro do espetáculo nas quatro linhas.
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